
Ricardo Martins começou os seus estudos musicais no Instituto Gregoriano de Lisboa, em 1998, com Manuel Fernandes. Iniciando alguns projectos de música de câmara nessa altura, com a supervisão de Armando Possante, contactou com obras para quarteto vocal e piano de Schubert, Schumann e Brahms. Nesta fase dos seus estudos, começou a acompanhar aulas de canto, assim como recitais, com supervisão de Ana Leonor Pereira e Elsa Cortez. Foi laureado com uma bolsa de estudos da Livraria Barata, e foi finalista para uma bolsa de estudos da Yamaha Music Foundation of Europe.
Entre 2004 e 2008, frequentou a licenciatura em piano na Escola Superior de Música de Lisboa, estudando com Jorge Moyano. Em paralelo com a parte solista, trabalhou com vários músicos de câmara, como Olga Prats, Paulo Pacheco, Nuno Inácio e Fernando Fontes, contactando com repertório muito diverso, do qual se destacam obras de Doppler, Brahms, Poulenc, Wagner, Berg e Damase. Mais tarde, reingressou na Escola Superior de Música de Lisboa para o mestrado em ensino da música, com supervisão de Jorge Moyano e Miguel Henriques, com “Leitura à primeira vista ao piano” como tema de dissertação (disponível para consulta no Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa).
Ricardo Martins tocou em masterclasses com alguns dos melhores músicos da Europa, como Rudolf Knoll, Ana Leonor Pereira, Hansjörg Schellenberger (Fundação Calouste Gulbenkian), Nuno Inácio, Nuno Ivo Cruz e Sophie Perrier (Escola de Música Nossa Senhora do Cabo) e Fergus McWilliam (Escola Superior de Música de Lisboa). Patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian, participou em workshops para correpetidores, recitativo acompanhado, e direcção com João Paulo Santos, Claudio Desderi, Jory Vinikour, e Paul McCreesh (inserido nos cursos da European Network of Opera Academies).
Como acompanhador e correpetidor, participou em várias produções de ópera, destacando-se Bastien und Bastienne de Mozart, com Jorge Matta e a Orquestra Gulbenkian (2012), Ohneama, de João Gilherme Ripper, com Marcelo de Jesus e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos (2016), para o festival “Terras sem Sombra”, e Die Zauberflöte (2017-2018) e Don Giovanni (2018-2019) de Mozart, para o Atelier de Ópera da Orquestra Metropolitana de Lisboa, com encenação de Jorge Vaz de Carvalho e direcção de Pedro Amaral. Trabalhou também com o Teatro Nacional de São Carlos e o maestro Graeme Jenkins na produção de Alceste, de Gluck, com encenação de Graham Vick, para a temporada 2018-2019.
Patrocinado por várias instituições de renome, Ricardo Martins teve a oportunidade de participar num grande número de masterclasses com grandes nomes do piano, incluindo Galina Eguiazarova, Sequeira Costa, Miklos Spaniy, Fausto Neves, Roberto Turin, Artur Pizarro, Mikhail Markov, António Rosado e Arcadi Volodos.
Lecciona como acompanhador e professor de piano na Escola de Música Nossa Senhora do Cabo, mantendo em paralelo a sua actividade como acompanhador e correpetidor freelancer. Mantém também uma carreira a solo, tendo recebido críticas favoráveis.
Ensaia frequentemente com o Coro Gulbenkian como acompanhador, tenho trabalhado com maestros como Joana Carneiro, Lawrence Foster, Jorge Matta, Michel Corboz, Fernando Eldoro, Paulo Lourenço, John Nelson, Ludovic Morlot, Paul McCreesh, Gustavo Dudamel, Leonardo García Alarcón e Ludwig Wicki. Como instrumentista convidado, participou em vários concertos com a Orquestra Gulbenkian, assim como com a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Em 2019, participou no Festival ao Largo, com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, Cristiana Oliveira, Carlos Cardoso e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, num concerto dedicado ao verismo, sob a direcção do maestro Andrea Sanguineti.
Tocou também em concerto nas celebrações dos 75 anos da SATA, na Açor Arena (2016), com o Coral de São José, Maria da Luz Albuquerque, José Corvelo, sob a direcção do maestro Luís Filipe Carreiro.
Apaixonado por música de câmara, participou em recitais com vários músicos, em formações variadas. Alguns projectos mais recentes incluem obras de compositores franceses neoclássicos, como Pierre Max-Dubois, Jacques Ibert e André Jolivet, assim como obras mais modernas, como “Fuzzy Bird Sonata” de Takashi Yoshimatsu, com o saxofonista Raimundo Semedo.
Como solista, participou em recitais em várias salas de concerto, como o Museu Nacional da Música, para os ciclos “À Tarde no Museu” (2016 e 2017), e “Músicas do Acervo” (2017, 2018 e 2019) — este último dedicado à obra de compositores portugueses como Fernando Lopes-Graça, Armando José Fernandes e Luís de Freitas Branco. Participou ainda nas celebrações dos 40 anos do Instituto Gregoriano de Lisboa, num recital no Auditório CGD do Instituto Superior de Economia e Gestão.
Foi convidado de Paulo Alves Guerra no programa Império dos Sentidos, da Antena 2.
A sua estreia com orquestra foi com o Concerto para Piano de Francis Poulenc, com a Orquestra Sinfónica da Escola Superior de Música de Lisboa e o maestro Vasco Azevedo.
Após o confinamento dos primeiros meses de 2020, regressou novamente ao Museu Nacional da Música, com um pequeno recital dedicado a obras do compositor português José Vianna da Motta.